Numa tarde cansada de outono, quando o sol se escondeu no horizonte. Ao ruído infantil de uma fonte, eu me pus a pensar em você. Em você que se sente perdido quando põe seu olhar nas estrelas, e de tanto contá-las e vê-las, já não sabe se crê ou não crê. Eu conheço as milhões de perguntas que você que falou que não crê, e que diz que só crê no que vê, todo dia pergunta pra Deus. Eu conheço as milhões de respostas, que ninguém tem coragem de dar, quando a vida nos vem questionar; Como vê somos todos ateus. Numa tarde tristonha de inverno retornei ao murmúrio da fonte. Não havia mais sol no horizonte, e eu me pus a pensar nos cristãos. Nos cristãos que se sentem tranquilos, quando põe seu olhar nas estrelas. E de tanto contá-las e vê-las, nunca mais põe os olhos no chão. Eu conheço as milhões de respostas, que esta gente que fala que crê, mas não ouve, não pensa e não lê, não responde por medo de Deus. Eu conheço as milhões de perguntas que os cristãos nunca ousam fazer. Pois terão de se comprometer; Como vê somos todos ateus.

O homem é um Universo em Evolução

O homem é um Universo em Evolução

quarta-feira, 30 de maio de 2018

PROTO-EVANGELHO DE TIAGO - Evangelho Apócrifo

Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. 
Lucas 1:4649

E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.   Lucas 1:35
INTRODUÇÃO
Apresentamos, numa versão modernizada, textos considerados apócrifos e que trazem importantes informações a respeito da vida de Cristo, preenchendo lacunas até então criadas pelos Evangelhos constantes da Bíblia. Estes textos retratam os acontecimentos que precederam o nascimento de Cristo, contando a história de Maria e da natividade, além da história da infância do Senhor Jesus, no Evangelho de Tomé. Há também excertos do Livro da Infância do Salvador, onde a vida de Jesus, dos cinco aos doze anos, é retratada.Vale lembrar que numa outra obra desta coleção, o Evangelho de São Pedro, a Infância de Cristo é apresentada na sua íntegra, mostrando fatos e passagens importantes da vida do Senhor Jesus, nos seus primeiros anos.Os textos chamados de apócrifos são aqueles não incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas. Como foi feita essa seleção, até hoje a Igreja não explicou adequadamente. Se inspirados ou não, são relatos dos primeiros tempos do Cristianismo, importantes para quem deseja conhecer a fundo essa religião.

A NATIVIDADE
Este livro, apesar de conhecido como o Evangelho de Tiago ou Proto-Evangelho de Tiago, tem sua autoria desconhecida. Publicado em fins do século XVI, não se sabe exatamente ainda qual a época em que foi escrito, mas os maiores estudiosos dos Livros Apócrifos afirmam que é anterior aos Quatro Evangelhos Canônicos, servindo, em muitos aspectos, como base para estes.
O Proto-Evangelho de Tiago conta a vida de Maria, seu nascimento de Ana e Joaquim, considerados estéreis, de como foi sua educação no Templo até a sua puberdade, como se deu a escolha de seu futuro esposo, José, velho, viúvo e pai de seis filhos: Judas, Josetos, Tiago, Simão, Lígia e Lídia. Continua, narrando a concepção e a virgindade, que se manteve após dar à luz o Salvador, numa caverna. Fala da estrela misteriosa e radiante, que guiou os magos até a caverna e da nuvem de luz que pairou sobre o local, na hora em que o Senhor Jesus nascia.
Narra, também, a participação da parteira que testemunhou a virgindade de Maria, após o nascimento do Senhor E cita o testemunho de uma parteira que constatou a virgindade de Maria após dar à luz.
PROTO-EVANGELHO DE TIAGO
I
Segundo narram as memórias das doze tribos de Israel, havia um homem muito rico, de nome Joaquim, que fazia suas oferendas em quantidade dobrada, dizendo:
– O que sobra, ofereça-o para todo o povoado e o devido na expiação de meus pecados será para o Senhor, a fim de ganhar-lhe as boas graças.
Chegou a grande festa do Senhor, na qual os filhos de Israel devem oferecer seus donativos. Rubem se pôs à frente de Joaquim, dizendo-lhe:
– Não te é lícito oferecer tuas dádivas, enquanto não tiveres gerado um rebento em Israel.
Joaquim mortificou-se tanto que se dirigiu aos arquivos de Israel, com intenção de consultar o censo genealógico e verificar se, porventura, teria sido ele o único que não havia tido prosperidade em seu povoado.
Examinando os pergaminhos, constatou que todos os justos haviam gerado descendentes. Lembrou-se, por exemplo, de como o Senhor deu Isaac ao patriarca Abraão, em seus derradeiros anos de vida.
Joaquim ficou muito atormentado, não procurou sua mulher e se retirou para o deserto. Ali armou sua tenda e jejuou por quarenta dias e quarenta noites, dizendo:
– Não sairei daqui nem sequer para comer ou beber, até que não me visite o Senhor meu Deus. Que minhas preces me sirvam de comida e de bebida.
II
Ana lamentava-se e gemia dolorosamente, dizendo:
– Chorarei minha viuvez e minha esterilidade.
Chegou, porém, a grande festa do Senhor e disse-lhe Judite, sua criada:
– Até quando vais humilhar tua alma? Já é chegada a festa maior e não te é lícito entristecer-te. Toma este lenço de cabeça, que me foi dado pela dona da tecelagem, já que não posso cingir-me com ele por ser eu de condição servil e levar ele ao selo real.
Disse Ana:
– Afasta-te de mim, pois que não fiz tal coisa e, além do mais, o Senhor já me humilhou em demasia para que eu o use. A não ser que algum malfeitor o haja dado e tenhas vindo para fazer-me também cúmplice do pecado.
Replicou Judite:
– Que motivo tenho eu para maldizer-te, se o Senhor já te amaldiçoou não te dando fruto de Israel?
Ana, ainda que profundamente triste, despiu suas vestes de luto, cingiu-se com um toucado, vestiu suas roupas de bodas e desceu, na hora nona, ao jardim para passear. Ali viu um loureiro, assentou-se à sua sombra e orou ao Senhor, dizendo:
– Ó Deus de nossos pais! Ouve-me e bendize-me da maneira que bendisseste o ventre de Sara, dando-lhe como filho Isaac!
III
Tendo elevado seus olhos aos céus, viu um ninho de passarinhos no loureiro e novamente lamentou-se dizendo:
– Ai de mim! Por que nasci e em que hora fui concebida? Vim ao mundo para ser como terra maldita entre os filhos de Israel. Estes me cumularam de injúrias e me escorraçaram do templo de Deus. Ai de mim! A quem me assemelho eu? Não às aves do céu, pois elas são fecundas em tua presença, Senhor. Ai de mim! A quem me pareço eu? Não às bestas da terra, pois que até esses animais irracionais são prolíficos ante teus olhos, Senhor. Ai de mim! A quem me posso comparar? Nem sequer a estas águas, porque até elas são férteis diante de ti, Senhor. Ai de mim! A quem me igualo eu? Nem sequer a esta terra, porque ela também é fecundada, dando seus frutos na ocasião própria e te bendiz, Senhor.
IV
Eis que se lhe apresentou o anjo de Deus, dizendo-lhe:
– Ana, Ana, o Senhor escutou teus rogos! Conceberás e darás à luz e de tua prole se falará em todo o mundo.
Ana respondeu:
– Viva o Senhor meu Deus, que, se chegar a ter algum fruto de bênção, seja menino ou menina, levá-lo-ei como oferenda ao Senhor e estará a seu serviço todos os dias de sua vida.
Então vieram a ela dois mensageiros com este recado:
– Joaquim, teu marido, está de volta com seus rebanhos, pois que um anjo de Deus desceu até ele e lhe disse que o Senhor escutou seus rogos e que Ana, sua mulher, vai conceber em seu ventre.
Tendo saído Joaquim, mandou que seus pastores lhe trouxessem dez ovelhas sem mancha.
Disse ele:
– Estas serão para o Senhor.
Mandou, então separar doze novilhas de leite, dizendo:
– Estas serão para os sacerdotes e para o sinédrio.
Finalmente, mandou apartar cem cabritos para todo o povoado.
Ao chegar Joaquim com seus rebanhos, estava Ana à porta e, ao vê-lo chegar, pôs-se a correr e atirou-se ao seu pescoço dizendo:
– Agora vejo que Deus me bendisse copiosamente, pois, sendo viúva, deixo de sê-lo e, sendo estéril, vou conceber em meu ventre.
Então Joaquim repousou naquele dia em sua casa.
V
No dia seguinte, ao ir oferecer sua dádivas ao Senhor, dizia para consigo mesmo:
– Saberei se Deus me vai ser favorável se eu chegar a ver o éfode do sacerdote.
Ao oferecer o sacrifício, observou o éfode do sacerdote, quando este se acercava do altar de Deus, e, não encontrando pecado algum em sua consciência, disse:
– Agora vejo que o Senhor houve por bem perdoar todos os meus pecados.
Desceu Joaquim justificado do templo e foi para casa. O tempo de Ana cumpriu-se e no nono mês deu à luz.
Perguntou à parteira:
– A quem dei à luz?
A parteira respondeu:
– Uma menina.
Então Ana exclamou:
– Minha alma foi enaltecida – e reclinou a menina no berço.
Ao fim do tempo marcado pela lei, Ana purificou-se, deu o peito à menina e pôs-lhe o nome de Maria.
VI
Dia a dia a menina ia robustecendo-se. Ao chegar aos seis meses, sua mãe deixou-a só no chão, para ver se sustentava-se de pé. Ela, depois de andar sete passos, voltou ao regaço de sua mãe. Esta levantou-se, dizendo:
– Salve o Senhor! Não andarás mais por este solo, até que te leve ao templo do Senhor.
Fez-lhe um oratório em sua casa e não consentiu que nenhuma coisa vulgar ou impura passasse por suas mãos. Chamou, além disso, umas donzelas hebréias, todas virgens, para que a entretivessem.
Quando a menina completou um ano, Joaquim deu um grande banquete, para o qual convidou os sacerdotes, os escribas, o sinédrio e todo o povo de Israel. Apresentou a menina aos sacerdotes, que a abençoaram assim:
– Ó Deus de nossos pais, bendiz esta menina e dá-lhe um nome glorioso e eterno por todas as gerações.
Ao que todo o povo respondeu:
– Assim seja, assim seja! Amém!
Apresentou-a também Joaquim aos príncipes e aos sacerdotes e estes a abençoaram assim:
– Ó Deus Altíssimo, põe teus olhos nesta menina e outorga-lhe uma bênção perfeita, dessas que excluem as ulteriores.
Sua mãe levou-a ao oratório de sua casa e deu-lhe o peito. Compôs, então, um hino ao Senhor Deus, dizendo:
– Entoarei um cântico ao Senhor meu Deus, porque me visitaste, afastaste de mim o opróbrio de meus inimigos e me deste um fruto santo, que é único e múltiplo a seus olhos. Quem dará aos filhos de Rubem a notícia de que Ana está amamentando? Ouvi, ouvi, ó Doze Tribos de Israel: Ana está amamentando!
Tendo deixado a menina para que repousasse na câmara onde havia o oratório, saiu e pôs-se a servir os comensais. Estes, uma vez terminada a ceia, saíram regozijando-se e louvando ao Deus de Israel.
VII
Entretanto, os meses iam-se passando para a menina. Ao fazer dois anos, disse Joaquim a Ana:
– Levemo-la ao templo do Senhor para cumprir a promessa que fizemos, para que Senhor não a reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a seus olhos.
Ana respondeu:
– Esperamos, todavia, até que complete três anos, para que a menina não tenha saudades de nós.
Joaquim respondeu:
– Esperaremos.
Ao chegar aos três anos, disse Joaquim:
– Chama as donzelas hebréias que não têm mancha e que tomem, duas a duas, uma candeia acesa e a acompanhem, para que a menina não olhe para trás e seu coração seja cativado por alguma coisa fora do templo de Deus.
Assim fizeram enquanto iam subindo ao templo de Deus. Lá recebeu-a o sacerdote, o qual, depois de tê-la beijado, abençoou-a e exclamou:
– O Senhor engrandeceu teu nome diante de todas as gerações, pois que, no final dos tempos, manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel.
Fê-la sentar-se no terceiro degrau do altar. O Senhor derramou graças sobre a menina, que dançou cativando toda a casa de Israel.
VIII
Saíram, então, seus pais, cheios de admiração, louvando ao Senhor Deus porque a menina não havia olhado para trás. Maria permaneceu no templo como uma pombinha, recebendo alimento pelas mãos de um anjo.
Ao completar doze anos, os sacerdotes reuniram-se para deliberar, dizendo:
– Eis que Maria cumpriu doze anos no templo do Senhor. Que faremos para que ela não chegue a manchar o santuário?
Disseram ao sumo sacerdote:
– Tu que tens o altar ao teu cargo, entra e ora por ela. O que o Senhor te disser, isso será o que haveremos de fazer.
O sumo sacerdote, cingindo-se com o manto das doze sinetas, entrou no Santo dos Santos e orou por ela. Eis que um anjo do Senhor apareceu, dizendo-lhe:
– Zacarias, Zacarias, sai e reúne a todos os viúvos do povoado. Que cada um venha com um bastão e o daquele em que o Senhor fizer um sinal singular, deste será ela a esposa.
Saíram os arautos por toda a região da Judéia e, ao soar a trombeta do Senhor, todos acudiram.
IX
José, deixando de lado sua acha, uniu-se a eles. Uma vez que se juntaram todos, tomaram cada qual seu bastão e puseram-se a caminho, à procura do sumo sacerdote. Este tomou todos os bastões, entrou no templo e pôs-se a orar. Terminadas as suas preces, tomou de novo os bastões e os entregou, mas em nenhum deles apareceu sinal algum. Porém, ao pegar José o último, eis que uma pomba saiu dele e se pôs a voar sobre sua cabeça. Então o sacerdote disse:
– A ti coube a sorte de receber sob tua custódia a Virgem do Senhor.
José replicou:
– Tenho filhos e sou velho, enquanto que ela é uma menina. Não gostaria de ser objeto de zombaria por parte dos filhos de Israel.
Então tornou o sacerdote:
– Teme ao Senhor teu Deus e tem presente o que fez Ele com Datan, Abiron e Corê, de como abriu-se a terra e foram sepultados por sua rebelião. Teme agora tu também, José, para que não aconteça o mesmo a tua casa.
Ele, cheio de temor, recebeu-a sob proteção. Depois, disse-lhe:
– Tomei-te do templo. Deixo-te agora em minha casa e vou continuar minhas construções. Logo voltarei. O Senhor te guardará.
X
Os sacerdotes, então, reuniram-se e concordaram em fazer um véu para o templo do Senhor.
O sumo sacerdote disse:
– Chama algumas donzelas sem mancha, da tribo de Davi.
Os ministros se foram e, depois de terem procurado, encontraram sete virgens. Então o sacerdote lembrou-se de Maria, a jovenzinha que, sendo de estirpe davídica, se conservava imaculada aos olhos de Deus. Os emissários foram buscá-la.
Depois de as terem introduzido no templo, disse o sacerdote:
– Vejamos qual há de bordar o ouro, o amianto, o linho, a seda, o zircão, o escarlate e a verdadeira púrpura.
O escarlate e a verdadeira púrpura couberam a Maria que, tomando-as, foi para casa.
Naquela época, Zacarias ficou mudo, sendo substituído por Samuel, até quando pôde falar novamente. Maria tomou em suas mãos o escarlate e pôs-se a tecê-lo.
XI
Certo dia, pegou Maria um cântaro e foi enchê-lo de água. Eis que ouviu uma voz que lhe dizia:
– Deus te salve, cheia de graça! O Senhor está contigo, bendita és entre as mulheres!
Ela olhou a sua volta, à direita, à esquerda, para ver de onde vinha aquela voz. Tremendo, voltou para casa, deixou a ânfora, pegou a púrpura, sentou-se no divã e pôs-se a tecê-la. Logo um anjo do Senhor apresentou-se diante dela, dizendo:
– Não temas, Maria, pois alcançaste graça ante o Senhor onipotente e vais conceber por Sua palavra!
Ela, ao ouví-lo, ficou perplexa e disse consigo mesma:
– Deverei eu conceber por virtude de Deus vivo e haverei de dar à luz como as demais mulheres?
Ao que lhe respondeu o anjo:
– Não será assim, Maria, pois que a virtude do Senhor te cobrirá com sua sombra. Depois, o fruto santo que deverá nascer de ti será chamado de Filho do Altíssimo. Chamar-lhe-ás Jesus, pois Ele salvará seu povo de suas iniqüidades. Então, disse Maria:
– Eis aqui a escrava do Senhor em Sua presença. Que isto aconteça a mim conforme Sua palavra.
XII
Concluído seu trabalho com a púrpura e o escarlate, levou-o ao sacerdote. Este a abençoou dizendo:
– Maria, o Senhor enaltecer seu nome e serás bendita entre todas as gerações da terra.
Cheia de alegria, Maria foi à casa de sua parente Isabel. Chamou-a da porta e, ao ouví-la, Isabel largou o escarlate, correu para a porta, abriu-a e, vendo Maria, louvou-a dizendo:
– Que fiz eu para que a mãe do meu Senhor venha a minha casa? Pois saiba que o fruto que carrego em meu ventre se pôs a pular dentro de mim, como que para bendizer-se.
Maria havia se esquecido dos mistérios que o anjo Gabriel lhe comunicara, elevou os olhos aos céus e disse:
– Quem sou eu, Senhor, para que todas as gerações me bendigam?
Passou três meses em casa de Isabel. Dia a dia seu ventre aumentava e, cheia de temor, pôs-se a caminho de casa e escondia-se dos filhos de Israel. Quando sucederam essas coisas, ela contava dezesseis anos.
XIII
Ao chegar Maria ao sexto mês de gravidez, voltou José de suas construções e, ao entrar em casa, deu-se conta de que ela estava grávida. Então, feriu seu próprio rosto, jogou-se no chão sobre uma manta e chorou amargamente, dizendo:
– Como é que me vou apresentar agora diante do meu Senhor? E que oração direi eu agora por esta donzela, pois que a recebi virgem do templo do Senhor e não a soube guardar? Será que a história de Adão se repetiu comigo? Assim como no instante em que ela estava glorificando a Deus veio a serpente e, ao encontrar Eva sozinha, a enganou, o mesmo me aconteceu.
Levantando-se, José chamou Maria e disse-lhe:
– Predileta como eras de Deus, como foste capaz de fazer isso? Acaso te esqueceste do Senhor teu Deus? Com pudeste vilipendiar tua alma, tu que te criaste no Santo dos Santos e recebeste alimento das mãos de um anjo?
Ela chorou amargamente dizendo:
– Sou pura e não conheço varão algum.
Replicou José:
– De onde, pois, provém o que carregas no seio?
Ao que Maria respondeu:
– Pelo Senhor, meu Deus, eu juro que não sei como aconteceu.
XIV
José encheu-se de temor, retirou-se da presença de Maria e pôs-se a pensar sobre o que faria com ela. Dizia consigo próprio:
– Se escondo seu erro, contrario a lei do Senhor. Se a denuncio ao povo de Israel, temo que o que acontecer a ela se deva a uma intervenção dos anjos e venha a entregar à morte uma inocente. Como deverei proceder, pois? Mandá-la embora às escondidas.
Enquanto isso, caiu a noite. Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo-lhe:
– Não temas por esta donzela, pois o que ela carrega em suas entranhas é fruto do Espírito Santo. Dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, pois que ele há de salvar seu povo dos pecados.
Ao despertar, José levantou-se, glorificou a Deus de Israel por haver-lhe concedido tal graça e continuou guardando Maria.
XV
Por essa ocasião, veio à casa de José um escriba chamado Anás, que lhe disse:
– Por que não compareceste à nossa reunião?
Respondeu-lhe José:
– Estava cansado da caminhada e decidi repousar este primeiro dia.
Ao voltar-se, Anás deu-se conta da gravidez de Maria.
Então, correu ao sacerdote, dizendo-lhe:
– Esse José, por quem respondes, cometeu uma falta grave.
– Que queres dizer com isso? – perguntou o sacerdote. Ao que respondeu Anás:
– Pois violou aquela virgem que recebeu do templo de Deus, com fraude de seu casamento e sem manifestá-lo ao povo de Israel.
Disse o sacerdote:
– Estás certo de que foi José que fez tal coisa?
Replicou Anás:
– Envia uma comissão e te certificarás de que a donzela está realmente grávida.
Saíram os emissário e encontraram-na tal qual havia dito Anás. Por isso levaram-na, juntamente com José, ante o tribunal.
O sacerdote iniciou, dizendo:
– Maria, como fizeste tal coisa? Que te levou a vilipendiar tua alma e esquecer-te do Senhor teu Deus? Tu que te criaste no Santo dos Santos, que recebias alimento das mãos de um anjo, que escutaste os hinos e que dançavas na presença de Deus? Como fizeste isso?
Ela se pôs a chorar amargamente, dizendo:
– Juro pelo Senhor meu Deus que estou pura em sua presença e que não conheci varão.
Então o sacerdote dirigiu-se a José, perguntando-lhe:
– Por que fizeste isso?
Replicou José:
– Juro pelo Senhor meu Deus, que me encontro puro com relação a ela.
Acrescentou o sacerdote:
– Não jures em falso! Dize a verdade! Usaste fraudulentamente o matrimônio e não o deste a conhecer ao povo de Israel. Não abaixaste tua cabeça sob a mão poderosa de Deus, por quem sua descendência havia sido bendita.
José guardou silêncio.
XVI
– Devolve, pois – continuou o sacerdote, – a virgem que recebeste do templo do Senhor.
José ficou com os olhos marejados em lágrimas. Acrescentou ainda o sacerdote:
– Farei com que bebais da água da prova do Senhor e ela vos mostrará, diante de vossos próprios olhos, vossos pecados.
Tomando da água, fez José bebê-la, enviando-o em seguida à montanha, de onde voltou são e salvo. Fez o mesmo com Maria, enviando-a também à montanha, mas ela voltou sã e salva.
Toda a cidade encheu-se de admiração ao ver que não havia pecado neles.
Disse o sacerdote:
– Posto que o Senhor não declarou vosso pecado, tampouco irei condenar-vos.
Então despediu-os. Tomando Maria, José voltou para casa cheio de alegria e louvado ao Deus de Israel.
XVII
Veio uma ordem do imperador Augusto para que se fizesse o censo de todos os habitantes de Belém da Judéia.
Disse José:
– A meus filhos posso recensear, mas que farei desta donzela? Como vou incluí-la no censo? Como minha esposa? Envergonhou-me. Como minha filha? Mas já sabem todos os filhos de Israel que não é! Este é o dia do Senhor, que se faça a sua vontade.
Selando sua asna, fez com que Maria se acomodasse sobre ela. Enquanto um de seus filhos ia à frente, puxando o animal pelo cabresto, José os acompanhava. Quando estavam a três milhas de distância de Belém, José virou-se para Maria e viu que ela estava triste.
Disse consigo mesmo:
– Deve ser a gravidez que lhe causa incômodo.
Ao voltar-se novamente, encontrou-a sorrindo e indagou-lhe:
– Maria, que acontece, pois que algumas vezes te vejo sorridente e outras triste?
Ela lhe disse:
– É que se apresentam dois povos diante de meus olhos: um que chora e se aflige e outro que se alegra e se regozija.
Ao chegar à metade do caminho, disse Maria a José:
– Desça-me, porque o fruto de minhas entranhas luta por vir à luz.
Ele a ajudou a apear da asna, dizendo-lhe:
– Aonde poderia eu levar-te para resguardar teu pudor, já que estamos em campo aberto?
XVIII
Encontrando uma caverna, levou-a para dentro e, havendo deixado seus filhos com ela, foi buscar uma parteira na região de Belém.
Eis que José encontrou-se andando, mas não podia avançar. Ao levantar seus olhos para o espaço, pareceu lhe ver como se o ar estivesse estremecido de assombro. Quando fixou vista no firmamento, encontrou-o estático e os pássaros do céu, imóveis. Ao dirigir seu olhar à terra, viu um recipiente no solo e uns trabalhadores sentados em atitude de comer, com suas mãos na vasilha. Os que pareciam comer, na realidade não mastigavam, e os que estavam em atitude de pegar a comida, tampouco a tiravam do prato. Finalmente, os que pareciam levar os manjares à boca, não o faziam, ao contrário, tinham seus rostos voltados para cima.
Também havia umas ovelhas que estavam sendo tangidas, mas não davam um passo. Estavam paradas. O pastor levantou sua destra para bater-lhes com um cajado, mas parou sua mão no ar.
Ao dirigir seu olhar à corrente do rio, viu como uns cabritinhos punham nela seus focinhos, mas não bebiam. Em uma palavra, todas as coisas estavam afastadas, por uns instantes, de seu curso normal.
XIX
Então uma mulher que descia da montanha disse-lhe:
– Aonde vais?
Ao que ele respondeu:
– Ando procurando uma parteira hebréia.
Ela replicou:
– Mas és de Israel?
Ele respondeu:
– Sim.
– E quem é a que está dando à luz na caverna?
– É minha esposa.
– Então, não é tua mulher?
Ele respondeu:
– É Maria, a que se criou no templo do Senhor, e ainda que me tivesse sido dada por mulher, não o é, pois que concebeu por virtude do Espírito Santo.
Insistiu a parteira:
– Isso é verdade?
José respondeu:
– Vem e verás.
Então a parteira se pôs a caminho junto com ele. Ao chegar à gruta, pararam, e eis que esta estava sombreada por uma nuvem luminosa.
Exclamou a parteira:
– Minha alma foi engrandecida, porque meus olhos viram coisas incríveis, pois que nasceu a salvação para Israel. De repente, a nuvem começou a sair da gruta e dentro brilhou uma luz tão grande que seus olhos não podiam resistir. Esta, por um momento, começou a diminuir tanto que deu para ver o menino que estava tomando o peito da mãe, Maria. A parteira então deu um grito, dizendo:
– Grande é para mim o dia de hoje, já que pude ver com meus próprios olhos um novo milagre.
Ao sair a parteira da gruta, veio ao seu encontro Salomé.
– Salomé, Salomé! – exclamou. – Tenho de te contar uma maravilha nunca vista. Uma virgem deu à luz; coisa que, como sabes, não permite a natureza humana.
Salomé replicou:
– Pelo Senhor, meus Deus, não acreditarei em tal coisa, se não me for dado tocar com os dedos e examinar sua natureza.
XX
Havendo entrado a parteira, disse a Maria:
– Prepara-te, porque há entre nós uma grande querela em relação a ti.
Salomé, pois, introduziu seu dedo em sua natureza, mas, de repente, deu um grito, dizendo:
– Ai de mim! Minha maldade e minha incredulidade é que têm a culpa! Por descrer do Deus vivo, desprende-se de meu corpo minha mão carbonizada.
Dobrou os joelhos diante do Senhor, dizendo:
– Ó Deus de nossos pais! Lembra-te de mim, porque sou descendente de Abraão, Isaac e Jacó! Não faças de mim um exemplo para os filhos de Israel! Devolve-me curada, porém, aos pobres, pois que tu sabes, Senhor, que em teu nome exercia minhas curas, recebendo de ti meu salário!
Apareceu um anjo do céu, dizendo-lhe:
– Salomé, Salomé, Deus escutou-te. Aproxima tua mão do menino, toma-o e haverá para ti alegria e prazer.
Acercou-se Salomé e o tomou, dizendo:
– Adorar-te-ei, porque nasceste para ser o grande Rei de Israel.
De repente, sentiu-se curada e saiu em paz da gruta. Nisso ouviu uma voz que dizia:
– Salomé, Salomé, não contes as maravilhas que viste até estar o menino em Jerusalém.
XXI
José dispôs-se a partir para Judéia. Por essa ocasião, sobreveio um grande tumulto em Belém, pois vieram um magos dizendo:
– Aonde está o recém-nascido Rei dos Judeus, pois vimos sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo?
Herodes, ao ouvir isso, perturbou-se. Enviou seus emissários aos magos e convocou os príncipes e os sacerdotes, fazendo-lhes esta pergunta:
– Que está escrito em relação ao Messias? Aonde ele vai nascer?
Eles responderam:
– Em Belém da Judéia, segundo rezam as escrituras. Com isso, despachou-os e interrogou os magos com estas palavras:
– Qual é o sinal que vistes em relação ao nascimento desse rei?
Responderam-lhes os magos:
– Vimos um astro muito grande, que brilhava entre as demais estrelas e as eclipsava, fazendo-as desaparecer. Nisso soubemos que a Israel havia nascido um rei e viemos com a intenção de adorá-lo.
Replicou Herodes:
– Ide e buscai-o, para que também possa eu ir adorá-lo!
Naquele instante, a estrela que haviam visto no Oriente voltou novamente a guiá-los, até que chegaram à caverna e pousou sobre a entrada dela. Vieram, então, os magos a ter com o Menino e Sua mãe, Maria, e tiraram oferendas de seus cofres: ouro, incenso e mirra.
Depois, avisados por um anjo para que não entrassem na Judéia, voltaram a suas terras por outro caminho.
XXII
Ao dar-se conta Herodes de que havia sido enganado, encolerizou-se e enviou seus sicários, dando-lhes a missão de assassinar todos os meninos de menos de dois anos.
Quando chegou até Maria a notícia da matança das crianças, encheu-se de temor e, envolvendo seu filho em fraldas, colocou-o numa manjedoura.
Quando Isabel inteirou-se de que também buscavam a seu filho João, pegou-o e levou-o a uma montanha. Pôs-se a ver onde haveria de escondê-lo, mas não havia um lugar bom para isso. Entre soluços, exclamou em voz alta:
– Ó Montanha de Deus, recebe em teu seio a mãe com seu filho, pois que não posso subir mais alto.
Nesse instante, abriu a montanha suas entranhas para recebê-los. Acompanhou-os uma grande luz, pois estava com ele um anjo de Deus para guardá-los.
XXIII
Herodes prosseguia na busca de João e enviou seus emissários a Zacarias para que lhe dissessem:
– Aonde escondeste teu filho?
Ele respondeu desta maneira:
– Eu me ocupo do serviço de Deus e me encontro sempre no templo. Não sei onde está meu filho.
Os emissários informaram a Herodes tudo o que se passara e ele encolerizou-se muito, dizendo consigo mesmo:
– Deve ser seu filho que vai reinar em Israel.
Enviou, então, um outro recado, dizendo-lhe:
– Diga-nos a verdade sobre onde está teu filho, porque do contrário bem sabes que teu sangue está sob minhas mãos.
Zacarias respondeu:
– Serei mártir do Senhor, se te atreveres a derramar meu sangue, porque minha alma será recolhida pelo Senhor, ao ser segada uma vida inocente no vestíbulo do santuário. Ao romper da aurora, foi assassinado Zacarias, sem que os filhos de Israel se dessem conta desse crime.
XXIV
Os sacerdotes se reuniram à hora da saudação, mas Zacarias não saiu a seu encontro, como de costume, para abençoá-los. Puseram-se a esperá-lo para saudá-lo na oração e para glorificar o Altíssimo.
Ante sua demora, começaram a ter medo. Tomando ânimo, um deles entrou, viu ao lado do altar sangue coagulado e ouviu uma voz que dizia:
– Zacarias foi morto e não se limpará o seu sangue até que chegue o vingador.
Ao ouvir a voz, encheu-se de temor e saiu para informar os sacerdotes que, tomando coragem, entraram e testemunharam o ocorrido. Então, os frisos do templo rangeram e eles rasgaram suas vestes de alto a baixo.
Não encontraram o corpo, somente a poça de sangue coagulado. Cheios de temor, saíram para informar a todo o povo que Zacarias havia sido assassinado. A notícia correu em todas as tribos de Israel, que o choraram e guardaram luto por três dias e três noites.
Concluído esse tempo, reuniram-se os sacerdotes para deliberar sobre quem iriam pôr em seu lugar. Recaiu a sorte sobre Simeão, pois, pelo Espírito Santo, havia sido assegurado de que não veria a morte até que lhe fosse dado contemplar o Messias Encarnado.
XXV
Eu, Tiago, escrevi esta história. Ao levantar-se um grande tumulto em Jerusalém, por ocasião da morte de Herodes, retirei-me ao deserto até que cessasse o motim, glorificando ao Senhor meu Deus, que me concedeu a graça e a sabedoria necessárias para compor esta narração.
Que a graça esteja com todos aqueles que temem a Nosso Senhor Jesus Cristo, para quem deve ser a glória.

Fonte: https://www.facebook.com/PortalGnosisOnline/ Ali Onaissi

Vou lhe contar uma história de uma jovem chamada Maria, em Nazaré da Galileia outra igual eu não sei se existia. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, resolveu se casar com José. Vou começar minha história relembrando as garotas de então, em Nazaré da Galileia o assunto era libertação. Não sei se eram verdes seus olhos se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, resolveu assumir sua fé. Vou prosseguir minha história, relembrando as idéias que havia, em Nazaré da Galileia a mulher muito pouco valia. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, foi a santa mulher de José. Vou recordar nesta história as batalhas que o mundo hoje trava, em Nazaré da Galileia lá também já se massificava. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, inda não conhecera José. A jovem senhora um dia recebeu um recado divino, por ela o amor nasceria a verdade seria um menino. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, aceitou, mas não disse a José. Vou lhe falar da agonia, que nos dois corações se criou, pois ela explicar não podia e o marido, julgar não ousou. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que Maria de Nazaré, mereceu o amor de José. Para Belém noite e dia, caminharam pro recenseamento, ninguém deu abrigo a Maria, não havia mais alojamento. Não sei se eram verdes seus olhos, se tinha cabelos morenos, só sei que no ventre daquela flor, rejeitaram o libertador. Vou terminar minha história, recordando os casais de hoje em dia, em Nazaré da Galileia o divórcio também existia. Não sei se eram verdes seus olhos, não sei se foi loira ou morena, só sei que Maria de Nazaré, foi fiel a seu Deus e a José.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Resumo do Evangelho de Judas Iscariotes

O Evangelho Segundo Judas
(Benjamin; Iscariotes)


Antes de passar ao resumo propriamente dito,devo realçar que, apesar deste livro ter sido escrito pelo filho de Judas Iscariotes,é narrado por Jeffrey Archer com a colaboração do professor Francis J. Moloney, que é um perito neste tipo de documentos e que a sua participação é exatamente para comprovar a autenticidade do mesmo. Este Evangelho é escrito para que todos possam conhecer a verdade sobre Judas Iscariotes,e o papel que ele teve na vida e na trágica morte de Jesus de Nazaré. Muitos foram os que narraram a história de Jesus, contando tudo o que Ele disse e fez na sua breve passagem pela terra. Alguns foram testemunhas do que na verdade se passou. e transmitiram, pela via judaica da tradição oral, o que viram e ouviram. Uma das testemunhas desse  acontecimentos, foi exatamente Judas Iscariotes. Em todos os Evangelhos que lemos e até na própria Bíblia, Judas é estigmatizado como o traidor de Jesus, ladrão, aberto a subornos e que inclusive ele terá acabado com a própria vida.´´É necessário em primeiro lugar, que Judas antes de ser um discípulo de Jesus foi um seguidor de João Batista, e só quando este lhe disse: "Eis um homem de Deus segui-O" é que Judas decidiu acatar a ordem de seu então Mestre até ali e seguir Jesus. Judas tornou-se assim o primeiro seguidor de Jesus e mais tarde seu discípulo, seguindo-o para onde quer que Ele fosse, mas além de todos os outros discípulos, já se haviam juntado a ele Maria de Magdala e Joana, ora isto vem provar que os discípulos de Jesus não eram como erradamente se pensava só homens, haviam entre eles duas mulheres. Tal, como este fato vem contrariar tudo o que se havia dito até hoje, também o papel de Judas na morte de Jesus não foi aquele que lhe quiseram atribuir, talvez por conveniência ou qualquer outra razão; Judas foi desde logo o discípulo que mais perto esteve de Jesus,que viu e ouviu tudo aquilo que Ele fez pelos outros, no entanto era o único que temia pela vida de Jesus, pois, ouvia dizer muitas coisas a respeito Dele, e tentou sempre que pôde dissuadi-lo de ir a certos sítios, pois sabia bem o perigo que Jesus corria. No entanto Ele nunca acreditou em Judas e dizia-lhe muitas vezes que estava a exagerar nos avisos e cuidados que tinha para com Ele. Certo é que, todos os seus receios se vieram a confirmar, quando chegaram a Jerusalém um escriba foi ter com Judas avisando-o que Jesus corria perigo e que era necessário fazerem algo para o salvarem das mãos dos romanos, Judas muito inocentemente, aceitou a ajuda do escriba e disse-lhe onde podia encontrar Jesus, e onde se poderiam encontrar para tentar salvá-lo. O escriba que estava a mando dos romanos foi ter com Caifás (que também ele se encontrava do lado dos romanos) e transmitiu-lhe onde poderiam encontrar Jesus, de imediato foi informar os romanos. Mas punha-se um problema, quem iriam culpar pela prisão de Jesus? Foi então que o escriba se lembrou de lhes dizer que ninguém melhor para ser culpado do que o próprio Judas , devido ao seu passado duvidoso, e assim fizeram. Agora resta saber quem realmente foi o traidor? Se Pedro que o negou, se os apóstolos que fugiram e se esconderam ou então o próprio povo judaico que o condenou? Certo é que quem o traiu não foi Judas, mas sim, o escriba e o próprio povo. Quanto a morte de Judas, ele não se enforcou como conta a Bíblia ou os Evangelhos, porque doutra forma como poderia ele dar a seu filho este documento?Judas foi preso anos mais tarde pelos romanos e crucificado , tal como Jesus o foi.............................. Fim...................lloret

Fonte: http://resumos.netsaber.com.br/index.php


Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, Dizendo:
Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue.         Mateus 27:3-6


Judas - Raul Seixas


Parte de um plano secreto
Amigo fiel de Jesus
Eu fui escolhido por ele
Para pregá-lo na cruz
Cristo morreu como um homem
Um mártir da salvação
Deixando para mim seu amigo
O sinal da traição.

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Se eu não tivesse traído
Morreria cercado de luz
E o mundo hoje então não teria
A marca sagrada da cruz
E para provar que me amava
Pediu outro gesto de amor
Pediu que o traísse com um beijo
Que minha boca então marcou.

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Evangelho Apócrifo de Judas Iscariotes

Respondeu Jesus: "Aquele a quem eu der este pedaço de pão molhado no prato". Então, molhando o pedaço de pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
Tão logo Judas comeu o pão, Satanás entrou nele. "O que você está para fazer, faça depressa", disse-lhe Jesus.

João 13:26,27
Acredita-se que o Evangelho de Judas tenha sido escrito por seguidores gnósticos de Jesus, no século II. Um códice de papiro do século III ou IV, o Codex Tchacos, encontrado nos anos 70 do século XX, contém a versão mais antiga deste evangelho, intitulada Euangelion Ioudas, "Evangelho de Judas". Note-se a expressão gnóstica "éon", na Cena 2 por exemplo. Recentemente a tinta foi analisada e o códice datado de 280 d.C.
 A versão abaixo é a primeira tradução, feita por uma equipa da National Geographic Magazine.

EVANGELHO DE JUDAS  

INTRODUÇÃO: INCIPIT

O relato secreto da revelação que Jesus falou em conversa com Judas Iscariotes durante uma semana três dias antes de ele celebrar a Páscoa.


O MINISTÉRIO TERRENO DE JESUS
Quando Jesus apareceu na terra, ele realizou milagres e grandes maravilhas para a salvação da humanidade. E dado que alguns [andavam] no caminho da retidão enquanto outros andavam nas suas transgressões, os doze discípulos foram chamados. Ele começou a falar com eles acerca dos mistérios para lá do mundo e do que deveria acontecer no fim. Frequentemente ele não aparecia aos seus discípulos como ele próprio, mas ele era encontrado entre eles como uma criança.
  
CENA 1: Jesus dialoga com os seus discípulos: A oração de dar graças ou a eucaristia
Um dia ele estava com os seus discípulos na Judeia, e ele encontrou-os reunidos e sentados em piedosa observância. Quando ele [se aproximou] dos seus discípulos, reunidos juntos e sentados e fazendo uma oração a dar graças sobre o pão, [ele] riu-se. Os discípulos disseram-[lhe], "Mestre, por que te estás a rir da [nossa] oração de graças? Nós fizemos o que está certo". Ele respondeu e disse-lhes, "Eu não me estou a rir de vocês. não estão a fazer isto por vontade de vocês próprios mas porque é por isto que o vosso deus [será] louvado". Eles disseram, "Mestre, vós sois [...] o filho do nosso deus". Jesus disse-lhes, "Como é que me conhecem? Em verdade [eu] vos digo, nenhuma geração do povo que está entre vós me conhecerá".

OS DISCÍPULOS ENFURECEM-SE
Quando os seus discípulos ouviram isto, começaram a ficar zangados e enfurecidos e começaram a blasfemar contra ele nos seus corações. Quando Jesus observou a sua falta de [compreensão, ele disse-]lhes, "Porque é que esta agitação vos levou à raiva? O vosso deus que está dentro de vós e [...] provocaram-vos para a raiva [dentro] das vossas almas. [Deixem] um qualquer de vós que seja [suficientemente forte] entre os seres humanos apresentar o humano perfeito e ficar perante a minha face". Todos eles disseram, "Nós temos a força". Mas os seus espíritos não se atreveram a ficar perante [ele], excepto Judas Iscariotes. Ele foi capaz de estar perante ele, mas ele não o conseguia olhar nos olhos, e ele desviou a sua face. Judas [disse-]lhe, "Eu sei quem tu és e de onde tu vieste. Tu és do reino imortal de Barbelo. E eu não sou digno de proferir o nome daquele que te enviou".
  
JESUS FALA A JUDAS EM PRIVADO
Sabendo que Judas estava a reflectir sobre algo que estava exaltado, Jesus disse-lhe, "Afasta-se dos outros e eu contar-te-ei os mistérios do reino. É possível para ti atingi-lo, mas irás penar bastante. Pois alguém te substituirá, de forma a que os doze [discípulos] possam novamente realizar-se com o seu deus". Judas disse-lhe, "Quando me contarás estas coisas, e [quando] romperá o grande dia da luz para a geração?" Mas quando ele disse isto, Jesus deixou-o.

CENA 2: Jesus aparece outra vez aos discípulos
Na manhã seguinte, depois disto ter acontecido, Jesus [apareceu] outra vez aos seus discípulos. Eles disseram-lhe, "Mestre, aonde foste e o que fizeste quando  nos deixaste?" Jesus disse-lhes, "Eu fui até uma outra grande e santa geração". Os seus discípulos disseram-lhe, "Senhor, qual é a grande geração que é superior a nós e mais santa que nós, que não está agora nestes reinos?" Quando Jesus ouviu isto, ele riu-se e disse-lhes, "Porque estão vocês a pensar nos vossos corações acerca da forte e santa geração? Em verdade [eu] vos digo, ninguém nascido [deste] éon verá aquela [geração], e nenhuma hoste de anjos das estrelas governará sobre essa geração, e nenhuma pessoa de nascimento mortal pode associar-se com ela, porque essa geração não vem de [...] que se tornou [...]. A geração de pessoas entre [vós] é da geração da humanidade [...] poder, que [... os] outros poderes [...] pelo [qual] vós governais". Quando os [seus] discípulos ouviram isto, cada um deles ficou perturbado no espírito. Eles não conseguiam dizer uma palavra. Outro dia Jesus veio ter com [eles]. Eles disseram-[lhe], "Mestre, vimos-te numa [visão], pois temos tido grandes [sonhos...] noite [...]". [Ele disse], "Porque [vocês... quando]? vocês se foram esconder?"

OS DISCÍPULOS VÊM O TEMPLO E DISCUTEM-NO
Eles [disseram, "Nós vimos] uma grande [casa com um grande] altar [nela, e] doze homens - eles são os sacerdotes, diríamos nós - e um nome; e uma multidão de pessoas está à espera naquele altar, [até que] os sacerdotes [... e recebem] as oferendas. [Mas] nós mantivemo-nos à espera". [Disse Jesus], "Como é que [os sacerdotes] se parecem?" Eles [disseram, "Alguns...] duas semanas; [alguns] sacrificam as suas próprias crianças, outros as suas mulheres, em louvor [e] humildade uns com os outros; alguns dormem com homens; alguns estão envolvidos em [massacre]; alguns cometem uma multiplicidade de pecados e atos contra a lei. E os homens que estão de pé [perante] o altar invocam o vosso [nome], e em todos os atos da sua deficiência, os sacrifícios são trazidos à realização [...]". Depois deles dizerem isto, eles ficaram calados, pois estavam perturbados.

JESUS OFERECE UMA INTERPRETAÇÃO ALEGÓRICA DA VISÃO DO TEMPLO
Jesus disse-lhes, "Porque estão vocês perturbados? Em verdade eu vos digo, todos os sacerdotes que estão em pé perante o altar invocam o meu nome. Novamente eu vos digo, o meu nome tem sido escrito neste [...] das gerações das estrelas através das gerações humanas. [E eles] plantaram árvores sem fruto, em meu nome, de uma maneira vergonhosa". Jesus disse-lhes, "Aqueles que vocês viram a receber as oferendas no altar - isso é o que vocês são. Esse é o deus que vocês servem, e vós sois aqueles doze homens que haveis visto. O gado que vocês viram trazido para o sacrifício são as muitas pessoas que vocês desencaminharam perante aquele altar. [...] por-se-ão de pé e usarão o meu nome desta forma, e gerações dos piedosos continuarão fiéis a ele. Depois disto outro homem se levantará [dos fornicadores], e outro [ficará] de pé dos massacradores de crianças, e outro daqueles que dormem com homens, e daqueles que se abstêm, e o resto das pessoas de sujidade e incumprimento da lei e erro, e daqueles que dizem, "Nós somos como anjos"; eles são as estrelas que trazem tudo à sua conclusão. Pois para as gerações humanas foi dito, "Olhem, Deus recebeu o vosso sacrifício das mãos de um sacerdote - isto é, um ministro do erro. Mas é o Senhor, o Senhor do universo, quem ordena. "No último dia eles serão postos em vergonha". Jesus disse-[lhes], "Párem de sacrificar...] que vós tendes [...] sobre o altar, dado que eles estão por cima das vossas estrelas e dos vosso anjos e já chegaram à sua conclusão aí. Então deixêmo-los serem [enrodilhados] antes de vós, e deixêmo-los ir
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gerações [...]. Um padeiro não pode alimentar toda a criação sob [os céus]. E [...] a eles [...] e [...] a nós e [...]. Jesus disse-lhes, "Párem de lutar comigo. Cada um de vós tem a sua própria estrela, e tod[os]
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em [...] que veio [... primavera (1)] para a árvore [...] deste éon [...] por um tempo [...] mas ele veio para regar o paraíso de Deus, e a [geração] que perdurará, porque [ele] não conspurcará o [caminho da vida daquela] geração. mas [...] por tosa a eternidade". 
Nota:
(1) Na versão inglesa deste evangelho que serviu de base para esta versão portuguesa está a expressão 'spring', que tanto pode significar 'primavera', como 'nascente de água', ou, como verbo, 'saltar', 'brotar'. Pelo contexto pareceu-me ser mais adequado 'primavera', contudo.

JUDAS QUESTIONA JESUS ACERCA DAQUELA GERAÇÃO E DAS GERAÇÕES HUMANAS
Judas disse a ele, "Rabi, que tipo de fruto produz esta geração?" Jesus disse, "As almas de cada geração humana morrerão. Quando estas pessoas, contudo, tiverem completado o tempo do reino e o espírito as deixar, os seus corpos morrerão mas as suas almas ficarão vivas, e elas serão retomadas". Judas disse, "E o que fará o resto das gerações humanas?" Jesus disse, "É impossível semear semente em [rocha] e colher o seu fruto. [Isto] é também o meio [...] a geração [conspurcada] [...] e corruptível Sophia [...] a mão que criou pessoas mortais, de modo a que as suas almas sobem para os reinos eternos acima. [Em verdade] eu vos digo, [...] anjo [...] poder será capaz de ver que [...] estes a quem [...] gerações santas [...]". Depois de Jesus dizer isto, ele partiu.

  
CENA 3: Judas reconta uma visão e Jesus responde
Judas disse, "Mestre, como ouvistes todos eles, agora ouve-me também a mim. Pois eu vi uma grande visão". Quando Jesus ouviu isto, ele riu e disse-lhe, "Seu décimo terceiro espírito, porque tentas tanto? Mas fala, e eu suportar-te-ei". Judas disse-lhe, "Na visão eu vi-me a mim próprio enquanto os doze discípulos me apedrejavam e perseguiam -me severamente .E eu também cheguei ao sítio onde [...] depois de ti. Eu vi [uma casa...], e os meus olhos não podiam [abarcar] o seu tamanho. Grandes pessoas rodeavam-na, e aquela casa um teto de verdura, e no meio da casa estava [uma multidão],
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dizendo, 'Mestre, leva-me com esta gente'". Jesus respondeu e disse, "Judas, a tua estrela desencaminhou-te". Ele continuou, "Nenhuma pessoa de nascimento mortal é digna de entrar na casa que viste, pois esse lugar é reservado para o santo. Nem o sol nem a lua lá governam, nem o dia, mas o santo sempre habitará lá, no reino eterno com os santos anjos. Olha, eu expliquei-te os mistérios do reino e eu ensinei-te acerca do erro das estrelas; e [...] desviá-lo [...] nos doze éons".
  
JUDAS QUESTIONA ACERCA DA SUA PRÓPRIA SORTE
Judas disse, "Mestre, poderá ser que a minha semente esteja debaixo do controle dos governantes?" Jesus respondeu e disse-lhe, "Anda, que eu
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mas que tu irás penar muito quando vires o reino e toda a sua geração". Quando ouviu isto, Judas disse-lhe, "Que bem é que é eu ter recebito isso?" Pois tu separaste-me daquela geração". Jesus respondeu e disse, "Tu tornar-te-ás o décimo terceiro, e tu serás amaldiçoado pelas outras gerações - e tu virás governá-los. Nos últimos dias eles amaldiçoarão a tua subida até à [geração] santa".
  
JESUS ENSINA JUDAS ACERCA DA COSMOLOGIA: O ESPÍRITO E O AUTO-GERADO
Jesus disse, "[Anda], para que eu possa ensinar-te acerca de [segredos] que nenhuma pessoa [pôde] alguma vez ver. Pois existe um reino grande e sem limites, cuja extensão nenhuma geração dos anjos viu, [na qual] está [um] grande, invisível [Espírito], que nenhum olho de anjo alguma vez viu, nenhum pensamento do coração alguma vez abarcou, e ele nunca foi chamado por nenhum nome. "E uma nuvem luminosa apareceu ali. Ele disse, 'Que um anjo venha a existir como meu servidor'. "Um grande anjo, o iluminado Auto-Gerado, emergiu da nuvem. Por causa dele, quatro outros anjos vieram a existir de outra nuvem, e eles tornaram-se servidores do angélico Auto-Gerado. O Auto-Gerado disse, 'Que [...] começar a existir [...], e ele veio a existir [...] E ele [criou] a primeira luminária a reinar sobre ele. Ele disse, 'Que anjos comecem a existir para servi-lo, e miríades sem número começaram a existir. Ele disse, '[Que] um éon iluminado comece a existir', e ele começou a existir. Ele criou a segunda luminária [para] reinar sobre ele, junto com miríades de anjos sem número, para oferecer serviço. Foi assim que ele criou o resto dos éons iluminados. Ele fê-los reinar sobre eles, e ele criou para eles miríades de anjos sem número, para os assistirem.
  
ADAMAS E AS LUMINÁRIAS
“Adamas estava na primeira nuvem luminosa que nenhum anjo algum a viu entre todos aqueles chamados 'Deus'. Ele [...] que [...] a imagem [...] e a partir da semelhança [deste] anjo. Ele fêz a incorruptível [geração] de Seth aparecer [...] os doze [...] os vinte e quatro [...]. Ele fêz setenta e duas luminárias aparecerem na incorruptível geração, de acordo com a vontade do Espírito. As setenta e duas luminárias elas próprias fizeram aparecer trezentas e sessenta luminárias na incorruptível geração, de acordo com a vontade do Espírito, de que o seu número fosse de cinco por cada. "Os doze éons das doze luminárias constituem o seu pai, com seis céus para cada éon, por isso há setenta e dois céus para as setenta e duas luminárias, e para cada [um dos cinco] firmamentos, [num total de trezentos e sessenta [firmamentos...]. Deram-lhes autoridade e uma [grande] hoste de anjos [sem número], para glória e adoração, [e depois disso também] espíritos virgens, para glória e [adoração] de todos os éons e os céus e os seus firmamentos.

O COSMOS, O CAOS, E O MUNDO INFERIOR
A multitude destes imortais é chamada o cosmos - isto é, perdição - pelo Pai e as setenta e duas luminárias que estão com o Auto-Gerado e os seus setenta e dois éons. Nele apareceu o primeiro humano com os seus poderes incorruptíveis. E o éon que apareceu com esta geração, o éon no qual estão a nuvem de conhecimento e o anjo, é chamado El. [...] éon [...] depois disso [....] disse, 'Que doze anjos comecem a existir [para] governar o caos e o [mundo inferior]'. E olhem, da nuvem apareceu um [anjo] cuja face resplandecia com fogo e cuja aparência estava conspurcada com sangue. O seu nome era Nebro, que significa 'rebelde', outros Yaldabaoth. Outro anjo, Saklas, também veio da nuvem. Assim Nebro criou seis anjos - tal como Saklas - para serem assistentes, e estes produziram doze anjos nos céus, cada um recebendo uma porção dos céus.

 OS GOVERNANTES E OS ANJOS
“Os doze governantes falaram com os doze anjos: 'Que cada um de vocês [...] e deixem-nos [...] geração
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anjos': o primeiro é Seth, que é chamado Cristo. O [segundo] é Harmathoth, que é [...]. O [terceiro] é Galila. O quarto é Yobel. O quinto [é] Adonaios. Estes são os cinco que governavam o mundo inferior, e os primeiros de todos sobre o caos.

A CRIAÇÃO DA HUMANIDADE
Então Saklas disse aos seus anjos, 'Criemos um ser humano a partir da semelhança e da imagem'. Eles moldaram Adão e a sua mulher Eva, que é chamada, na nuvem, Zoe. Pois por este nome todas as gerações procuram o homem, e cada uma delas chama a mulher por estes nomes. Agora, Saklas não com[anda ...] excepto [...] as gerações ...] este [...]. E o [governante] disse a Adão, "Tu irás viver muito tempo, com os teus filhos".
  
JUDAS QUESTIONA ACERCA DO DESTINO DE ADÃO E DA HUMANIDADE
Judas disse a Jesus, "[Qual] é a longa duração de tempo que o ser humano vai viver?" Jesus disse, "Porque estás a pensar acerca disto, que Adão, com a sua geração, tenha vivido o seu tempo de vida no lugar onde recebeu o seu reino, com longevidade com o seu governador?" Judas disse a Jesus, "O espírito humano morre?" Jesus disse, "É por isto que Deus ordenou a Miguel que desse espíritos de pessoas a eles como um empréstimo, de forma a eles poderem proporcionar serviço, mas o Grande ordenou a Gabriel que concedesse espíritos à grande geração sem nenhum governante por cima - isto é, o espírito e a alma. Por isso, o [resto] das almas
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JESUS DISCUTE A DESTRUIÇÃO DO MALVADO COM JUDAS E OUTROS
“[…] luz
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à volta [...] deixem [...] espírito [que está] dentro de vós morar nesta [carne] entre as gerações de anjos. Mas Deus fêz com que fosse [dado] conhecimento a Adão e aos que estavam com ele, para que os reis do caos e do mundo inferior não os pudessem dominar". Judas disse a Jesus, "Então o que farão essas gerações?" Jesus disse, "Em verdade eu te digo, para todas elas as estrelas trazem coisas para realização. Quando Saklas completar o lapso de tempo  atribuído a ele, a primeira estrela vai aparecer com as gerações, e eles acabarão aquilo que disseram que fariam. Então ele fornicarão em meu nome e matarão as suas crianças e irão [...] e
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meu nome, e ele irá [...] a vossa estrela sobre o [déci]mo terceiro éon". Depois Jesus [riu]. [Judas disse], "Mestre, [porque te estás a rir de nós]? [Jesus] respondeu [e disse], "Eu não me estou a rir [de vocês] mas do erro das estrelas, porque estas seis estrelas vagueiam com estes cinco combatentes, e serão todos destruídos junto com as suas criaturas".
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JESUS FALA DAQUELES QUE SÃO BATIZADOS, E DA TRAIÇÃO DE JUDAS
Judas disse a Jesus, "Olha, o que vão fazer aqueles que forem batizados em teu nome?" Jesus disse, "Em verdade eu [vos] digo, este batismo [...] meu nome
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para mim. Em verdade [eu] te digo, Judas, [aqueles que] oferecem sacrifícios a Saklas [...] Deus
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tudo o que é mau. Mas vais excedê-los a todos. Pois tu sacrificarás o homem que me veste. Já o teu corno foi levantado, a tua ira foi acesa, a tua estrela mostrou-se brilhantemente, e o teu coração foi [...]. "Em verdade [...] o teu último [...] tornar-se
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afligido
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o governante, dado que vai ser destruído. E então a imagem da grande geração de Adão será exaltada, pois antes que os céus, a terra e os anjos, aquela geração, que vem dos reinos eternos, existe. Olha, disseram-te tudo. Levanta os teus olhos e olha para a nuvem e a luz lá dentro e as estrelas que a rodeiam. A estrela que mostra o caminho é a tua estrela". Judas levantou os seus olhos e viu a nuvem luminosa, e ele entrou nela. Os que estavam no chão ouviram uma voz vinda da nuvem, dizendo, [...] grande geração [...] imagem
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 CONCLUSÃO: JUDAS ATRAIÇOA JESUS
[…] Os seus sumos sacerdotes murmuraram porque [ele] tinha ido para o quarto de hóspedes fazer a sua oração. Mas alguns escribas estavam lá observando cuidadosamente para o prenderem durante a oração, pois eles tinham medo do povo, dado que ele era olhado por todos como um profeta. Eles aproximaram-se de Judas e disseram-lhe, "O que estás a fazer aqui? Tu és discípulo de Jesus". Judas respondeu-lhes como eles queriam. E ele recebeu algum dinheiro e entregou-lho.

Fonte: https://sites.google.com/site/versaoportuguesa/

Significados:

Aeon:também conhecido por éon, eão ou eon, é um termo utilizado para designar “o que é para sempre”, um período longo de tempo ou a eternidade. Esta palavra se originou a partir do grego αἰών (aión), que pode ser traduzido como “tempo de vida”, “força vital”, “geração” ou “eterno”.

Barbelo: A emanação de Barbelo pode ser entendida como sendo um aspecto gerador intermediário do Divino, ou como uma abstração do aspecto gerador do Divino através da sua Plenitude (Pleroma)

Saklas ou Saclas, segundo nome de Samael.  Yaldabaoth é o primeiro nome de Samael.

Samael nasTradições Cristãs Canônicas:

Segundo as tradições cristãs canônicas Samael era Lúcifer o Arcanjo que estava mais próximo de Deus. Ao querer usurpar o trono de Deus fazendo-se igual a ELE, reuniu um terço das milicias celestes e travou uma batalha com as hostes angélicas fiéis, sendo precipitado pelo arcanjo Miguel (cujo nome significa "Quem é como Deus?") no inferno.  Enquanto caia no tártaro, Miguel e o resto da milícia celeste bradaram: Samael! Samael! Samael! aludindo assim a queda daquele que desejava ser como Deus mas não passava de um demônio.

Sofia: Significado do Nome Sofia. O nome Sofia surgiu a partir do grego sophia, que significa literalmente "sabedoria". Pode ser traduzido também como "o Verbo" (santidade) em sua forma feminina. Na antiga Constantinopla, atual Istambul, foi construída a Basílica de Santa SofiaMuito antes do nascimento do cristianismo, o monoteísmo era uma anomalia. A Europa e Oriente Médio floresceu sob orientação divina de Sophia, a antiga deusa da sabedoria. A Terra era adorada como a encarnação de Sofia e, portanto, era sagrada para as pessoas que procuram a realização divina na sua presença.

Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos,
Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.
E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue.         Mateus 27:3-6
Judas - Raul Seixas

Parte de um plano secreto
Amigo fiel de Jesus
Eu fui escolhido por ele
Para pregá-lo na cruz
Cristo morreu como um homem
Um mártir da salvação
Deixando para mim seu amigo
O sinal da traição.

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Se eu não tivesse traído
Morreria cercado de luz
E o mundo hoje então não teria
A marca sagrada da cruz
E para provar que me amava
Pediu outro gesto de amor
Pediu que o traísse com um beijo
Que minha boca então marcou.

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais

Mas é que lá em cima
Lá na beira da piscina,
Olhando simples mortais
Das alturas fazem escrituras
E não me perguntam se é pouco ou demais